Tudo e nada

Calor.

São dias como este que me apertam o estômago e me fazem querer largar "tudo".

Escolho um vestido branco, tão branco como a lua que via quando era pequenina; nos pés umas sandálias. Coloco um colar de contas bem colorido para aliviar a vontade que tenho de "fugir". Saío à rua e uma leve brisa assombra os meus cabelos tão cuidadosamente penteados... Marte seria um bom sítio para morar! Alguém chama, é o carteiro, parece que tem novidades e desta vez as contas nao são tão coloridas como as que realçam a minha silhueta.

Está calor, o meu corpo transpira de raiva, pergunto-me porque é que o céu não se abre e me afoga em agua doce?!

Olho em volta como tantas vezes o faço e já nada me espanta. Criaturas colonizadas, verdadeiras aves rapinas, bonecos confeccionados em serie e miolos pouco apraziveis. O mundo está em greve! O saldo é negativo.